sábado, 2 de outubro de 2010

A história de Nazaré Paulista (por João Rosa Pereira)


O município de Nazaré Paulista teve origem em 1676 e o bandeirante Mathias Lopes considerado seu fundador. Em junho de 1850 foi elevada à vila, desmembrando-se de Atibaia, tendo em 1866 acrescido ao seu território terras de Guarulhos, passando posteriormente por trocas de terras com Atibaia, Piracaia, Santa Isabel e Juqueri(Atual Bom Jesus dos Perdões). Finalmente, passou à categoria de cidade em 1906.



De acordo com MERINO (1976), no século XVII, a função religiosa era de grande importância, destacando-se também a de comércio e serviços. O centro urbano era formado por habitações pertencentes aos agricultores, que as utilizavam por ocasião das festas religiosas, e por pequenos estabelecimentos de comércio e serviço, destinados ao atendimento das necessidades da população rural. Atibaia, Bragança e Nazaré eram considerados os celeiros da capital, pois abasteciam São Paulo com feijão, milho e arroz, entre outros produtos. Em 1874, a cultura do café utilizava a mão-de-obra escrava, e em 1895 destacava-se a produção da cana-de-açúcar.


Desde sua fundação até 1946, o seu núcleo urbano era restrito à ocupação das colinas cristalinas, cujas habitações tinham características do século passado (casarões de taipa). Sua expansão ocorreu na direção leste, devido ao meio físico (área de menores altitudes), com habitações dispersas, cujo padrão construtivo utilizava tijolos.


Entre 1900 e 1950, a agropecuária era a sua base econômica, abastecendo o mercado local, Atibaia e São Paulo. Dentre os seus principais produtos destaca-se o café que, juntamente com arroz, feijão, milho e mandioca, contribuíam para que a agricultura se tornasse a principal atividade econômica de Nazaré Paulista, mesmo sua produção sendo pequena quando comparada com a de outros municípios do Estado. Essa atividade sofreu uma queda de produção, por volta de 1935, devido à contaminação dos seus cafezais.


MERINO (1976) associa a diminuição da população, entre 1925 e 1950, ao fato de ser o município essencialmente agropecuário, não recebendo incentivos econômicos, ocasionando, assim, um deslocamento da sua população para outros centros em busca de melhores condições de subsistência.

Esse quadro revela, também, que a população era predominantemente rural, e que o seu núcleo urbano era pouco expressivo, o comércio era rudimentar e a indústria incipiente, não havendo atrativos à população.


Outro fato que pode estar associado ao lento crescimento de Nazaré Paulista, relaciona-se com as vias de comunicação. LANGENBUCH (1971), apud MERINO (op. cit.), comenta que a existência de um grande número de pequenos vilarejos, localizados nos arredores de São Paulo, está associada à marginalização viária que as ferrovias, que por sua vez provocaram a um grande número de aglomerados.Devido às suas características topográficas e econômicas, Nazaré Paulista não foialcançada pela ferrovia, , sendo este mais um fator para se manter num ritmo lento de desenvolvimento.


Na década de 70, o município se sustentava com suas atividades basicamente rurais, não tendo sido influenciado de maneira significativa pela expansão de São Paulo. Desenvolvia atividades extrativas vegetais (lenha e carvão) e olarias, com crescimento das atividades de reflorestamento. Havia também uma relativa concentração das atividades de comércio e serviços, cujos estabelecimentos localizavam-se nas ruas paralelas à praça principal. além disso, dois fatos se apresentaram como novas perspectivas de crescimento para o município: a construção da represa do Atibainha e a construção da rodovia D. Pedro I.


Para instalação da represa, foram inundados cerca de 25 Km² de áreas ocupadas com matas e fazendas produtivas, fazendo com que ocorresse um deslocamento da população rural para a área urbana ou para outras cidades. Daí o crescimento da população urbana, passando de 619 na década de 60, para 2.130 habitantes na década de 70 e atualmente 7.000 habitantes.


A necessidade de ampliação dos serviços de fornecimento de água para abastecimento da Grande São Paulo, que motivou o represamento das águas do rio Atibainha, teve como conseqüências (MERINO 1976): aumento da população por meio dos trabalhadores das empreiteiras para construção da barragem, que após a conclusão da obra se fixaram no município, mesmo trabalhando nos municípios mais próximos; construção de novas moradias;Maior movimento do comércio local e instalação de novos estabelecimentos; valorização das terras, especialmente no entorno da represa, para as atividades de lazer (loteamentos e chácaras); e melhoria do sistema viário com a construção de novas estradas e pontes, em substituição àquelas que foram alagadas. A construção da rodovia D. Pedro I, em 1971, cruzando o município, favoreceu o acesso à cidade, que havia permanecido, por cerca de três séculos, relativamente isolada da capital do Estado pelas dificuldades de circulação, tornando-se um município pouco expressivo do ponto de vista socioeconômico. Essa rodovia possibilitou melhores comunicações com Atibaia e São Paulo, bem como favoreceu ao plantio do Eucalipto. Com o crescimento da população de São Paulo e Guarulhos (municípios vizinhos) e a crescente demanda por fontes de energia. Nazaré viu uma fonte promissora no eucalipto,já que o mesmo é utilizado também na forma de lenha e carvão (que alimenta os fornos domésticos e de pizzarias, padarias, restaurantes, churrascarias e outros). Atualmente estima-se que o eucalipto seja a segunda fonte de renda para o município. Atrelado a essas informações e sabedor das exigências dos mercados atuais que a cada dia mais estão à busca de produtos sustentáveis e ecologicamente corretos, pretendo no meu TCC (Traballho de Conclusão de Curso) fazer estudos sobre os impactos positivos e negativos ligados ao plantio e comercio do eucalipto para ser usado na forma de combustível.

João Rosa Pereira é aluno de graduação de Adminstração das Faculdades COC, assistente de campo da ESCAS e uma grande pessoa.

5 comentários:

  1. Aê Mr. Jones!!!Meus parabéns!
    Um beijão para o senhor!

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  2. Muito bom Sr João! ligal demais ver sua participação para além de seu trabalho na ESCAS, por sinal, tão valioso!!! bj

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  3. Parabéns Pai!!!!
    Ficou muito bom!!!!
    Aprendeu comigo!! rsrsrsrs

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  4. muito bom seu texto de vida
    mas a foto esta feia,tem que melhora bastante!!
    bjs aline....

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  5. Gostaria da referência de Merino 1976...... se puder postar no blogue agaradeço,
    att
    Edmar

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