terça-feira, 31 de maio de 2011

O Código Florestal e as coisas chatas da vida


Algumas coisas na vida são chatas. Por exemplo, meu sobrinho está batendo na minha cabeça com um pedaço de pau enquanto eu escrevo esse texto. Mas com ele tudo irá se resolver, já que assim que eu acabar, vou fazer algumas caretas, ele vai rir bastante e tudo voltará a ser como antes – diferentemente das mudanças do código florestal.

O código florestal brasileiro está entre os melhores do mundo, e isso tem a ver com os motivos de sua criação. No período militar havia a proposta de ocupar a Amazônia, mas para isso acontecer os governantes precisavam de empréstimos do exterior. No entanto, para emprestar o dinheiro algumas ONGs internacionais conseguiram fazer com que os bancos obrigassem o governo brasileiro a criar leis ambientais. Para satisfazer essa necessidade e o dinheiro sair rápido, os militares criaram o um dos melhores códigos florestais que poderia existir. Agora, segui-lo já eram outros 500.

Assim, o código florestal brasileiro pouco foi adotado pelos ruralistas e por isso poucos reclamavam das suas exigências. Contudo há alguns anos a criação de novas políticas ambientais, o fortalecimento de instituições de fiscalização entre outras ações começaram a obrigar os ruralistas a seguirem o código. E por isso, a solução proposta por eles é mudá-lo, para que ele se adéque ao que eles sempre fizeram. Aldo Rebelo, um ex-militante da luta pela democracia, é apenas uma marionete desse processo. Isso me dói mais do que as pauladas do meu sobrinho.

Texto publicado na coluna Café com Sustentabilidade do Diário do Verde

Rafael Morais Chiaravalloti. Co-Autor do livro “Escolhas Sustentáveis: discutindo biodiversidade, uso da terra, água e aquecimento global”. e-mail: rafaelmochi@gmail.com

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