sexta-feira, 2 de março de 2012

OPINIÃO 3

O desafio era explicar às minhas avós, em três frases, porque acreditar nas empresas como atores representativos da educação para a sustentabilidade. E havia ainda um outro questionamento, que buscava entender se a disponibilidade de recursos financeiros tem relação com a iniciativa de conservação do meio ambiente.

A tentativa de explicação aconteceu assim:

Frase 1- Toda organização empresarial que pretenda ter sua imagem relacionada à inovação, deverá funcionar de maneira sistêmica (conforme ensina Peter Senge) trabalhando pela integração entre tecnologias, pessoas e meio ambiente. Não obstante, isto nasce de um processo educativo. Construir esta prática, significa exercer sustentabilidade.

Frase 2- A rede de lojas de varejo Wal Mart, tem um faturamento anual (U$ 422 bilhões\2010) equivalente ao PIB da Noruega (U$ 414 bilhões\2010) - país reconhecido por seus preceitos em sustentabilidade e o 25° na lista dos principais geradores de riquezas do mundo, segundo artigo da revista Exame\ Editora Abril – junho 2011. Este dado vem reforçar o potencial das pessoas jurídicas na construção e condução de novos modelos de negócios.

Frase 3- Certa vez, um agricultor que fazia parte de um (talvez, ou quase, ou por que não?) bem sucedido programa de assentamento de famílias brasileiras disse: "o homem no vermelho não consegue proteger o verde, doutor"... desencadeando a dúvida: e o “homem no azul”, consegue? Possivelmente, o melhor seria reorganizar estas questões:

a) o homem no azul parece ter boas chances de proteger, e o momento histórico pede que ele seja cobrado por isso - seja pelo fato daqueles que têm as faces 'avermelhadas' por suas emissões de outrora, seja pela condição de notas escolares certamente 'azuis' que os tornaram aptos de decisões mais assertivas;

b) ao mesmo tempo, o homem no vermelho não tem razão para não proteger o verde, até porque toda subsistência depende dele. O melhor seria rever as possibilidades e optar pela prosperidade: arar a terra, adubar, semear, molhar, zelar e esperar - jamais sentado! Esperar enquanto colhe o outrora semeado; enquanto replanta outros verdes em suas nascentes ou na nascente de outro igual (ou diferente, não importa) alguma distância dali. Dessa forma, interações ecológicas acontecerão e novas cores se estabelecerão.

A prosperidade precisa estar cotada como foco. O Brasil é terra privilegiada, que carece de maturidade e educação - educação ‘azul’, porque a ‘vermelha’ não cabe mais - e, tratemos de colorir esta terra onde cantam os sabiás que aqui gorjeiam, como não gorjeiam lá.

É ainda nossa, essa terra onde - entre tantas outras peculiaridades - o ano se inicia só depois do Carnaval (pincelando um certo humor, afinal, o brasileiro trabalha ‘duro’ os primeiros quatro meses do ano para pagar seus impostos...).

“Dos filhos desse solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil”.

Próspero Ano Novo à todos!

Alexandra Alcantara – mestre em conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável pelas ESCAS (2012). Dedico este singelo texto aos grandes e brasileiros docentes desta escola: livre fábrica do pensamento sustentável.

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