sábado, 16 de outubro de 2010

A importância da ciência e das redes sociais nas escolhas sustentáveis


No começo do século XVII, na Europa ocidental, pensadores como Galileu, Newton e Descartes começaram a utilizar um novo modo de descrição dos fenômenos naturais. Seguindo métodos empíricos de interpretação e mensuração precisa dos acontecimentos, perceberam que poderiam entendê-los e prevê-los. Estava inventada a ciência.

Com mais de 200 anos existência, a ciência, tem levado a sociedade a grandes avanços. Invenções como o motor a combustão, a lâmpada incandescente e a internet tornaram as sociedades mais complexas e dinâmicas; e o entendimento de doenças e ações preventivas possibilitaram maior bem estar e aumento da expectativa de vida. Atualmente, podemos fazer escolhas baseadas em recompensas futuras. O ato de fazer exercício físico, por exemplo, muitas vezes, não resulta em bem-estar imediato. Contudo, as recompensas futuras do exercício são provadas cientificamente e, mesmo sem experimentar o bem estar de uma velhice saudável, temos certeza dos seus benefícios.

Em relação à questão ambiental, os cientistas, têm, cada vez mais, enfatizado a preocupante redução dos recursos naturais. Artigos científicos baseados em exemplos atuais e complexas modelagens matemáticas têm mostrado que se não houver restrições ao uso de água potável, de nutrientes no solo, de áreas aráveis redução e na emissão de carbono na atmosfera, severas consequências serão sentidas em alguns anos. E como medida necessária, é recomendada a redução imediata dos impactos ambientais na natureza.

O que, alguns anos atrás, parecia uma premissa distante (reduzir o impacto ambiental), hoje, cada vez mais, tem se tornado algo natural. O crescimento das redes sociais e a democratização da informação através da internet tornaram o público mais crítico e presente. Com poderosas ferramentas em mãos para a fiscalização (como grupos de discussão, blogs, comunidades virtuais), a sociedade consegue expor e compartilhar a distância entre o esperado pelas provas científicas e o impacto ambiental encontrado. Como argumenta o filósofo austríaco Frijof Capra: “a sociedade em rede comporta-se como um organismo vivo, movimentando-se junto e permitindo mudanças e imposições estruturais”[1].

Por isso, a partir do momento em que o impacto ambiental de algum produto, mercadoria ou serviço é identificado por um grupo de pessoas, essa informação poderá ser compartilhada e espalhada rapidamente. A pressão por parte da sociedade já é tanta, que algumas empresas criaram cargos específicos para fazer esse acompanhamento. A pessoa tem a função de olhar blogs, grupos de discussão, comunidades virtuais e verificar se existem comentários sobre a empresa ou a marca. Atualmente, tornou-se quase que fundamental fazer transparecer os impactos ambientais e criar políticas para a sua minimização caso contrário isso, provavelmente, será feito de maneira mais conflituosa através das redes sociais.

O resumo dessa história é que o trabalho que Galileu, Newton e Descartes começaram há 200 anos atrás, hoje, auxiliado pelas redes sociais, têm nos fornecido ferramentas para tornar as nossas escolhas “mais sustentáveis”.

[1] Capra, F. As Conexões Ocultas – Ciência para uma vida Sustentável. Editora Cultrix. 2002. 296 pág.

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