segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Contando uma experiência (por Karlla Barbosa)

O Projeto Arara Azul teve inicio a partir de uma iniciativa particular de Neiva Guedes em 1989, após descobrir que a Arara Azul (Anodorhynchus hyacinthinus) [ouça o canto] estava correndo sérios riscos de extinção. Desde então são realizados trabalhos para salvar a espécie, focados principalmente no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Os ninhos são monitorados através de técnicas de rapel, onde é feita a manutenção das cavidades, quando necessário, e instalado ninhos artificiais para suprir a necessidade de ninhos naturais.
Tive a oportunidade de participar como bióloga de campo das atividades do Projeto Arara Azul no período reprodutivo de 2007/2008. E é difícil não se apaixonar pela região e pelo trabalho, já que a vivencia no Pantanal é única e gratificante. O projeto ao longo de seus mais de 20 anos de existência conseguiu contribuir para o aumento no numero de indivíduos na região e também para a consciência dos moradores através de atividades de Educação Ambiental. Fato este comprovado ao observar que a convivência entre a espécie e os moradores das fazendas participantes é harmônica, sendo que muitos ainda ajudam a proteger a espécie, através de denuncias e evitando derrubar arvores que servem de ninho para as araras.
Além da arara azul e a arara vermelha (Ara cloroptera) diversas outras espécies disputam as cavidades para reprodução, como Gavião-relógio (Micrastur semitorquatus), gavião-morcegueiro (Falco rufigularis), acauã (Hepethoteres cachinnas), Papagaio-verdadeiro (Amazonas aestiva) entre outros. E os ninhos, tanto naturais como artificiais, que são ocupados por estas espécies recebem os mesmos cuidados que aqueles que são ocupados pelas araras,contribuindo assim para a conservação de mais de 17 espécies de aves que competem pelos ninhos no Pantanal.





Um comentário: