quarta-feira, 21 de julho de 2010

Singela Opinião (por Alexandra Alcantara)


Gosto de concordar com o compositor Caetano Veloso, em sua afirmação: “O Brasil é um país de originalidade fatal, que pode ou não ser aproveitada, e acho que deveríamos fazer da Amazônia uma experiência de vanguarda tecnológica e de desbravamento de atitudes com relação ao desenvolvimento sustentável. Algo de grande ambição experimental”.


Pessoalmente, penso que esta visão aponta para a verdadeira vocação do Brasil. E em tempos globalizados: de conectividade real entre as economias, devemos direcionar esta vantagem, revertendo as externalidades em negócios.

Idéias como essas, me inspiram na busca de um foco para esta dissertação de mestrado profissional em Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.

A falência dos ecossistemas planetários resultarão na falência dos negócios. As empresas listadas no índice Dow Jones de Sustentabilidade de NY, são valorizadas pelos consumidores, na ordem de 20% a mais em relação àquelas que mantém o modelo tradicional1; segundo pesquisas como a da consultoria inglesa New Energy Finance2 , está comprovado que o consumidor espera mais das corporações do que dos governos na defesa do meio ambiente; a pesquisadora de consumo e mudanças climáticas da FGV(Ces\FGV) Rachel Biderman3, aponta que a mudança de hábitos só será eficaz, se associada a uma comunicação da ação, em prol do equilíbrio socioambiental; e, uma última citação: a pesquisa Sustainable Futures 20094, indica que os brasileiros têm elevada consciência sobre as questões ambientais . Tais afirmações me levam à conclusão de que não existe empreendimento bem-sucedido, em tempos atuais, sem gestão sobre os impactos socioambientais e que, a credibilidade da ação pública está perdendo espaço para a autonomia de decisões que detém o setor privado.

O Homem é sustentável biologicamente. Ocorre, que a Revolução Industrial nos seqüenciou numa linha de produção, na qual nos encontramos ainda. Voltar à Natureza é a palavra de ordem. Todavia, é impossível descartar o conhecimento e a tecnologia adquiridos até então. O estágio é significativo em ofertas de conforto e a indicação é de que esta relação não mais retrocederá. Em nossas veias correm sangue e silício: uma útil parceria.

A Ciência, confirma a capacidade humana de transformação. E, após defendidas as evidências das células gliais5− estrutura neural arborizada responsável pela conectividade e inter-relação sinapsial que potencializa a inteligência humana – observa-se, na associação do hipocampo com o córtex frontal, a capacidade de processar, raciocínios como inovação e colaboração.

Dar o passo verdadeiro à caminho da sustentabilidade, será a certeza da mudança de Era. Homem e máquina estarão simbioticamente responsáveis pela passagem.

Referências:

1ALMEIDA, Fernando. Os desafios da Sustentabilidade: uma ruptura urgente.Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

2http://carbon.newenergyfinance.com - acessado em 20 novembro de 2010.

3Rachel Biderman em entrevista à Andre Vialli, para o jornal O Estado de São Paulo – em 30\10\2009.

4http://www.sustainablefuture.info - acessado em 30\10\2009.

5NARLOCH, Leandro. A saga de uma mente genial – Como os estudos do cérebro de Einstein ajudam a compreender o mistério da inteligência e da genialidade humana. De Princeton University para Revista Veja (Especial), Ed. 2135, ano 42, n. 42, pgs.96-103, 21 outubro 2009, Editora Abril.

Alexandra Alcantara é mestranda em Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável pela ESCAS, aluna de MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV\IDE, arquiteta de formação e acorda todos os dias com a meta de amar o próximo e agir sustentavelmente.

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